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 Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues)

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Fernando Eick
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Fernando Eick


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MensajeTema: Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues)   Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues) EmptyMiér Mar 24, 2010 7:01 pm

Amigos:

Recebi agora a reportagem que saiu na revista Bons Fluidos. Quem não teve a
chance de adquirir, agora poderá ler na íntegra.
Abraços:
Mônica




* O
mestre do afeto


Criador da biodanza, a dança da vida, o psicólogo
chileno Rolando Toro nos fala por que o desenvolvimento da afetividade e do
amor é o grande desafio deste século.


Texto • Liane Alves
Direção de arte • Camilla Sola
Fotos • Valu Ribeiro

Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues) Rolando-toro-01
“A afetividade é o potencial inato que garante a
conservação da vida. A vida se torna sagrada porque a amamos. Vivemos um vazio
existencial que tentamos preencher com a busca incessante de juventude, beleza,
conforto e consumo, distanciando-nos muito do essencial”
,
Rolando Toro, psicólogo e criador da biodanza


Ele tem 86 anos. Mesmo
assim, sua voz é firme, tranquila, e sua lucidez, impressionante. Porém, o que
Rolando Toro mais transmite no contato pessoal é a afetividade. Ele tem amor
pelo seu trabalho, que faz há mais de 60 anos, pela humanidade, que o motivou a
elaborar um método que aliviasse seu sofrimento e, mais do que tudo, pela vida.
Sempre está aberto para aprender com ela e até hoje aprofunda sua compreensão
sobre como a dança, a música e o contato em grupo atuam no corpo, na mente e no
espírito.


“A biodanza é um sistema de integração humana, de
renovação da vitalidade e de reeducação afetiva. Ela também é um reaprendizado
da sensação ancestral de estarmos ligados à vida e fazermos parte de um
universo vivo e dinâmico”, diz Rolando. “Essa sensação de pertencer a tudo que
está vivo foi perdida em nossa cultura. A civilização atual, considerada
racional e objetiva, nos roubou a vivência plena dos nossos sentidos, a
vitalidade, a afetividade e até mesmo uma espiritualidade mais enraizada”, diz
ele. “Somos seres despedaçados, desc onectados, que pensam de um jeito, sentem
de outro e atuam numa terceira direção.”

Hoje, existem mais de dois mil grupos de biodanza em todo
o mundo e um instituto — o International Biocentric Foundation (IBF), com sede
em Santiago, no Chile — dedicado a pesquisar a aplicação da cultura
biocêntrica, que fundamenta a biodanza, em áreas diversas, como a educação, a
psicologia e a saúde. O método é ensinado em todos os continentes, mas tem
grande força na Itália e no Brasil. A biodanza foi introduzida há 40 anos no
país e tem duas escolas de formação de professores em São Paulo: a Escola Paulista
de Biodanza, dirigida por Maria Luiza Appy, e a Escola de Biodanza da Zona Sul,
sob a direção de Teresa e Mauro Lima. Além das escolas, os professores por elas
formados criam outros grupos, atuantes em todo o Brasil.

Qualquer pessoa pode fazer a biodanza, não é necessária
nenhuma experiência anterior. “Não é uma dança formal, co m uma coreografia que
tem de ser aprendida. Pelo contrário, vamos recuperar a naturalidade e a
espontaneidade que há em nós”, diz Monica Vilhena, professora de grupos de biodanza
em São Paulo.

Veja agora, na entrevista de Rolando Toro para a revista
BONS FLUIDOS, como podemos desenvolver nossa afetividade e também o nosso
potencial de amor através do corpo, da música e da dança.

Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues) Rolando-toro-03

“A biodanza não é uma dança formal, com uma
coreografia que tem de ser aprendida. Pelo contrário, com ela vamos recuperar a
naturalidade e a espontaneidade que há em nós”
,
Monica Vilhena, professora de biodanza


BF Como surgiu a biodanza?
RT Minha sensação é de ter procurado realizar durante
muitos anos o trabalho de aumentar a afetividade no ser humano. Somos mais
cerebrais, e em nosso mundo a inteligência não está unida ao afeto. E isso tem
consequências terríveis. Refleti muito sobre como elas foram marcantes durante
a Segunda Guerra Mundial, que produziu acontecimentos catastróficos, como o
Holocausto e o lançamento de bombas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Percebi
que vivemos numa sociedade doente, em que a vida não é considerada sagrada. Os
princípios ideológicos pairam sobre os relacionados à vida, que celebram o
amor, a comunhão com os semelhantes, a solidariedade. Busquei por muitos
caminhos uma maneira de fazer essa mudança, que precisava ser tanto individual
quanto coletiva. Parecia uma quimera sonhar com a formação de um novo ser
humano, mas sempre fui estimulado pelo impossível.

BF Como o senhor acha que a sua formação de
antropólogo o ajudou na criação dos valores da cultura biocêntrica, que
alicerça a biodanza?
RT Sou psicólogo, com especialização em antropologia
médica. Isto é, meu trabalho é refletir sobre como a cultura de uma sociedade
influi na saúde ou na doença do indivíduo. Atuei em hospitais psiquiátricos no
Chile com essa função, além de ter sido encarregado de procurar soluções que
melhorassem a relação médico-paciente, para que ela se tornasse mais humana.
Lembre-se que venho do tempo dos eletrochoques, das lobotomias (intervenção
cirúrgica no cérebro para curar doenças mentais graves). Tinha de lidar com
aquela realidade brutal e procurar transformá-la.

BF E o que o senhor fez, então? RT Uma das ideias que tive foi de fazer um baile para
congregar os pacientes. Escolhi as músicas que considerei as melhores, todas
calmas, melódicas e até mesmo melancólicas. Eles se arrumaram, houve um
movimento de recuperação da autoestima e da dignidade. Alguns até se
apaixonaram durante o baile. Mas, depois, de madrugada, muitos entraram em
surto psicótico. As enfermeiras ficaram enlouquecidas. Nesse momento, vi como a
música tranquila, na verdade, tinha estimulado a eclosão do estado psicótico.
Isto é, esses pacientes já estavam regredidos, deprimidos, sintomas que são
característicos da psicose, e esse tipo de situação os deprimiu ainda mais.
Fiquei chocado com a influência da música na psique. Mais tarde, fiz outra
festa, com músicas e danças alegres, rítmicas. Os pacientes dormiram como
anjos.

BF Como foi feito o trabalho de recuperar
movimentos e danças que celebrassem a vida em diferentes culturas?
RT A s culturas tribais conservam os movimentos
naturais, intuitivos, que expressam as emoções. Com elas, aprendi que existia
uma espécie de matriz corporal e gestual universal ligada a cada um dos
sentimentos. Expressá-las fazia muito bem ao ser humano e era uma forma
esplêndida de entrar em contato com o mundo afetivo interno e assim desenvolver
nossa afetividade atrofiada. Minha proposta tem a finalidade de resgatar a
“selva interior” de cada um, pois considero necessário ver as manifestações
instintivas sob uma perspectiva de exaltação da vida e da graça natural.

BF Qual a relação entre vida e afetividade?
RT A afetividade é o potencial inato que garante a
conservação da vida. A vida se torna sagrada porque a amamos. Vivemos um vazio
existencial que tentamos preencher com a busca incessante de juventude, beleza,
conforto e consumo, distanciando-nos muito do essencial, que é a vivência
do amor, da união, da empatia e da solidariedade.

Reportage sobre biodanza con rolando toro (portugues) Rolando-toro-02

“No fundo, o que todas as pessoas querem é apenas
amar e ser amadas. Porém, é exatamente isso o mais difícil de acontecer hoje,
pois vivemos numa civilização em que as emoções e os sentimentos são
bloqueados“

Rolando Toro, psicólogo e criador da biodanza


BF Por que vivemos numa sociedade tão agressiva e tão pouco nutridora de
afeto?

RT No fundo, o que todas as
pessoas querem é apenas amar e ser amadas. Porém, é exatamente iss o o mais
difícil de acontecer hoje, pois vivemos numa civilização em que as emoções e os
sentimentos são bloqueados. Ela pretende ser racional, quando na verdade é
apenas absurda. A inteligência não está mais unida à afetividade e é ela que
nos faz sentir parte do todo. Também é o afeto que nos dá alegria de viver, a
sensação de nos sentirmos vivos, ligados à natureza e aos outros seres humanos.
Por isso não temos mais emoção ao vermos a morte de 100, 200 mil pessoas numa
guerra. Não consideramos mais a unidade, não a vivenciamos. Nosso mundo fez
progressos tecnológicos maravilhosos, como construir um avião de 200 toneladas
que levanta voo e nos leva a outros países, e a internet, que nos dá acesso a
informações de todos os gêneros. Mas, infelizmente, essa tecnologia não está a
serviço do desenvolvimento da emoção. Falta-nos um outro tipo de formação e
compreensão para podermos vivêla, e a tecnologia não nos dá isso.


BF Como surgiu a biodanza?
BF Essa dissociação sempre aconteceu ou é uma
característica dos nossos tempos? RT As primeiras civilizações, alicerçadas no
matriarcado, tinham outra dimensão da afetividade, pois a nutriam
constantemente e sabiam de sua importância. A mulher é uma geradora de vida e a
ela é dado o papel de alimentar as relações, primeiro da família, depois do
grupo e da comunidade. Ela é nutridora de afeto, de entendimento, de
compreensão. Por ter em si essa capacidade de gerar, alimentar e nutrir, tem
também um respeito inato pela vida. Com o surgimento do patriarcalismo, isso
mudou. O foco não é mais dirigido à vida, mas ao poder, à competição, à guerra.
Os homens não estão interessados na felicidade, no amor, e sim no poder. E é
nessa civilização patriarcal que nasce o machismo, o massacre da mulher e dos
valores associados a ela. Considero o machismo uma doença mais grave que a es
quizofrenia e o câncer, pois não destrói só o indivíduo, mas sociedades
inteiras. Stálin queria construir um paraíso social, e para isso matou 20
milhões de pessoas. Hitler queria uma nova civilização, e na Segunda Guerra
morreram 40 milhões de seres humanos. Os homens não sabem governar.

BF Mas essa situação não pode se transformar?
RT Sim, aos poucos, já está mudando. Está nascendo um novo
homem, mais inteiro, mais sensível, mais amoroso, que integra, sem medo, seu
lado feminino ao masculino. Mas é preciso uma nova educação, uma nova pedagogia
para que esses homens sejam em maior número, pois ainda são poucos. Essa tarefa
é desenvolvida na International Biocentric Foundation, que usa o conceito do
amor à vida na dança (biodanza) e em outros campos do desenvolvimento humano.

BF Como a neurociência avalia os efeitos da biodanza?
RT Os resultados são espetaculares. Vemos, por exemplo,
que os efeitos de uma música eufórica, rítmica, podem durar até por oito, nove
minutos depois do término da dança. E que os efeitos de uma dança romântica,
com olhos nos olhos, podem permanecer por até 24 horas! São diferentes
deflagrações hormonais, de durações diversas. A natureza das mudanças que
ocorrem no indivíduo também varia. Mas podese dizer, com base em pesquisas
científicas, que a proximidade de um outro ser humano já nos modifica. Não
estou falando que as emoções que uma pessoa provoca em nós nos modificam, mas
que nossos processos internos mudam completamente apenas com a presença de
alguém, tal a nossa sensibilidade para o outro. Acontece uma relação energética
invisível, com uma linguagem invisível, que nos influencia. Também há diversos
estudos sobre as carícias e como elas afetam os seres humanos. Mas, em resumo,
quanto mais afeto recebemos, mais somos cap azes de dar afeto.

BF Quem não recebeu amor ou cuidado durante a infância, por exemplo,
como fica?

RT Pessoas adultas que tiveram uma infância carente podem
recuperar boa parte do seu afeto praticando a biodanza. Sou suspeito para falar
disso, é claro, mas posso afirmar com total segurança que os efeitos são
extraordinários

UMA AULA DE BIODANZA COM ROLANDO TORO Numa sala de 150 metros quadrados, um grupo de 50
pessoas ouve atentamente seu mestre. São praticantes e professores de biodanza
que se reúnem toda vez que Rolando Toro vem ao Brasil. A maioria já faz parte
do grupo há alguns anos, mas também há aqueles que estão ali pela primeira vez,
como eu. Sinceramente, não sei o que esperar. Uma parte de mim está ansiosa:
será que vou conseguir fluir com os outros? Após breves palavras, Rolando
conduz uma rápida meditação. Faz, em seguida, alguns exercícios simples para
relaxar o corpo e se dirige ao gravador que está ao lado de uma caixa com
centenas de CDs. Como um DJ da psique, o antropólogo começa a aula com músicas
alegres oriundas do mundo todo. Ele faz alguns movimentos que traduzem aquela
alegria — são as matrizes, isto é, os passos que geram e expressam determinadas
emoções e sentimentos. Ele fala sobre a emoção que a música irá provocar, o
sentimento com o qual vamos entrar em contato. Logo em seguida, cada pessoa
repete esses movimentos à sua maneira. Ainda não formamos pares, mas ele logo
sugere que cada um escolha alguém para dançar, apenas por uma única música.
Depois, todos trocarão de parceiro, e assim até o final. Há mais mulheres que
homens e, por insegurança, prefiro escolher uma moça de olhar doce e amistoso.
Coincidentemente, a música e os movimentos propostos são destinados a expressar
a doçura da amizade. Fazemos movimentos de mãos dadas, dentro do que foi
sugerido pela matriz. Fluo com incrível facilidade, assim como ela. E realmente
nasce uma sensação de conforto, cumplicidade e segurança, exatamente o que nos
proporciona o sentimento da amizade. Outras matrizes serão propostas durante a
aula. Há aquelas que recuperam o amor filial, outras, o amor maternal, ou,
ainda, nosso lado infantil. Em algumas dessas vivências há muita proximidade —
fiquei pensando como reagiria alguém que fosse excessivamente tímido. No
entanto, parece que a timidez pode ser ultrapassada com a própria energia do
grupo, que é muito amorosa. No final, todos aplaudem o mestre Rolando Toro.
Saio dali nutrida de afeto. *


(fonte: revista Bons Fluidos de janeiro/2010 http://bonsfluidos.abril.com.br/livre/edicoes/0131/05/o-mestre-do-afeto-01.shtml
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